Debuxo: Classificação dos Tecidos / Tafeta / Sarja / Cetim

 Debuxo: Classificação dos Tecidos

Debuxo: Classificação dos Tecidos

    A classificação mais comum dos tecidos baseia-se no número de teias e de tramas utilizado:

1 —TECIDOS SIMPLES—apresentam uma teia e uma trama

2—TECIDOS MÚLTIPLOS—formados por duas ou mais teias ou por duas ou mais tramas, ou então as duas coisas conjuntamente. Estes podem subdividir-se em:
a) FORRADOS POR TRAMA — uma teia e duas tramas
b) FORRADAS POR TEIA—duas teias e uma trama
c) DUPLOS — duas teias e duas tramas
d) TRIPLOS — três teias e três tramas

3—ESPECIAIS—tecidos que necessitam da utilização de teares espe­ciais para a sua produção (ex. veludos, carpetes, etc.).
Existem variadíssimas possibilidades de criar debuxos em tecidos e o seu aspecto varia de acordo com a estrutura utilizada. Contudo, a maior parte dos debuxos é derivada das três ESTRUTURAS FUNDAMENTAIS;
• TAFETA—tecido com aspecto granulado
• SARJA—tecido com cordões oblíquos
• CETIM—tecido liso e brilhante

A maioria dos tecidos utilizados’ no vestuário é produzida nos debuxos fundamentais. As diferenças entre eles podem ser devidas:
• ao debuxo ou estrutura em si
• à matéria-prima utilizada
• à geometria, título e torção dos fios
• à densidade de teia e trama dos tecidos
• ao tipo de acabamento utilizado.

Debuxo: Tafeta e Seus Derivados

     O TAFETA além de ser o debuxo mais simples é também o mais comum. Teoricamente pode ser considerado como a mais simples das sarjas (A1)/1.

Debuxo: Tafeta e Seus Derivados
Fig. Tafetá

Debuxo: Tafeta e Seus Derivados
Fig. Tafetá (cont.)

    O tafetá possui um ALINHAVO de 1. Por este alinhavo ser o mais pequeno possível, os tecidos obtidos são leves, pois com o alinhavo de 1 não é possível construir tecidos com um número de fios e passagens por centí­metro muito elevado.
    A tecelagem do tafetá requer imensos cuidados, a fim dos tecidos fica­rem perfeitos. A urdissagem da teia deve ser muito cuidada de modo que todos os fios fiquem com a mesma tensão. A tensão de inserção da trama tem que ser muito uniforme, pelo que, nos teares com lançadeira, as canelas devem ser cheias e desenroladas com uma tensão muito regular.
    A climatização do ambiente é um requisito essencial à preparação e tecelagem do tafetá.
    Os derivados do tafetá são obtidos por ampliação do alinhavo de 1, quer no sentido da trama, quer no sentido da teia, ou então simultaneamente nos dois sentidos. Em qualquer um dos casos podem existir debuxos regulares e irregulares. Nos debuxos regulares a ampliação é feita com alinhavos sem­pre do mesmo tamanho. Nos irregulares a ampliação é feita com alinhavos diferentes.
    No que respeita ao aspecto, os ampliados à teia dão tecidos com cane­lados horizontais enquanto que os ampliados à trama dão tecidos com cane­lados verticais. Os ampliados à teia e à trama dão pequenos efeitos de xadrez.
    A classificação dos derivados do tafetá pode efectuar-se da seguinte forma:
Debuxo: Tafeta e Seus Derivados


Debuxo: Tafeta e Seus Derivados
Fig. Ampliado à teia regular

Debuxo: Tafeta e Seus Derivados
Fig. Ampliado à teia irregular

Debuxo: Tafeta e Seus Derivados
Fig Ampliado a trama regular

Debuxo: Tafeta e Seus Derivados
Fig Ampliado a trama irregular

Debuxo: Tafeta e Seus Derivados
Fig Ampliado a teia e a trama regular

Debuxo: Tafeta e Seus Derivados
Fig. A Ampliado á teia e é trama regular (naté ou dois em cala)

Debuxo: Tafeta e Seus Derivados
Fig Ampliado à teia e à trama irregular

Debuxo: Sarja

    A sarja é caracterizada pelo avanço de um em qualquer ordem de tecelagem.

Debuxo: Sarja
Fig. Sarja simples de 3


Debuxo: Sarja
Fig. Sarja simples de 3 (cont.)


    A sarja apresenta CORDÕES NÍTIDOS a 450 se o aperto for quadrado, isto é, se o número de fios for igual ao número de passagens por centímetro. O cordão terá uma inclinação com um ângulo superior a 450 se o número de fios for superior ao número de passagens por centímetro. No caso inverso o cordão terá uma inclinação inferior a 450•
    As sarjas simples podem ser LEVES, NEUTRAS (ou BATAVIAS) e PESADAS. São leves quando do lado direito do tecido predomina a trama em relação à teia. No caso inverso dir-se-á que a sarja é pesada. Uma sarja neutra apresenta tantos picas como deixas.
    Os modelos das sarjas são sempre quadrados, isto é, têm tantos fios como passagens. As sarjas tomam o nome do tamanho do modelo: sarja de 3, sarja de 4, sarja de 5, etc.

Debuxo: Sarja
Fig.  Sarjas de 3

Debuxo: Sarja
Fig. Sarjas de 4

Debuxo: Sarja
Fig. Sarjas de 5

    De entre os derivados da sarja mais comuns contam-se as sarjas em espinha (com ou sem oposição), as sarjas em xadrez e as sarjas encanastradas. 

Debuxo: Sarja
Fig. Sarja em espinha com oposição

Debuxo: Sarja
Fig. Sarja em espinha com oposição (efeito de risca)


Debuxo: Sarja

Debuxo: Sarja
Fig. Sarja em xadrez com oposição

Debuxo: Sarja
Fig. Sarja encanastrada

Debuxo: Cetim

     Os cetins são tecidos com um aspecto liso e brilhante, nos quais se evita o efeito pronunciado de diagonal com uma boa repartição dos pontos de ligação.

    Estas estruturas são utilizadas na prática sempre que se deseje um tecido com o direito de aparência lisa formado predominantemente pela teia ou pela trama, conforme os debuxos utilizados. Quando se pretende valori­zar a teia em relação à trama, escolhe-se o CETIM EFEITO TEIA. Caso con­trário, optar-se-à pelo CETIM EFEITO TRAMA.

Debuxo: Cetim
Fig. Cetim de 5

Debuxo: Regras de construção dos cetins

     Os cetins podem ser REGULARES ou IRREGULARES. Os cetins regula­res obedecem às seguintes regras:

1 — Os modelos são quadrados.
2 — Em cada fio e em cada passagem existe apenas um ponto de ligamento.
3 — Não pode haver pontos de ligamento em posições contíguas.
4 — O avanço é constante.

    Na prática, para encontrar os avanços dos cetins de um dado tamanho, tendo em conta as regras de construção a que um determinado cruzamento deve obedecer para ser considerado um cetim, procede-se do seguinte modo:
1.º — Escrevem-se os algarismos por ordem crescente desde a unidade até ao tamanho do cetim, inclusivé.
2.º— O avanço de 1 dá uma sarja.
3.º— O último avanço, ou seja, o do tamanho do cetim, não dá debuxo
4.º — O penúltimo avanço dá sarja invertida
5.º — Dos outros números, servem para avanço do cetim os que forem primos entre si com o tamanho do cetim.

    Os cetins mais utilizados são os de modelo pequeno, tais como os cetins de 5, de 7 e de 8 porque são tecidos com um peso dentro do normal. À medida que o tamanho do cetim aumenta, a sua capacidade para admitir uma maior densidade de fios e passagens aumenta substancialmente o que traz como consequência a produção de tecidos muito pesados e com pouca rigidez, isto é, tecidos em que a teia e a trama não possuem ligações ou pontos de cruzamento suficientes para produzirem um tecido bem estruturado.

Debuxo Regras de construção dos cetins 
Fig. Cetins de 5, de 7 e de 8


    Os CETINS IRREGULARES não seguem as regras gerais de formação dos cetins, sendo os pontos de ligação dispersos a fim de evitar diagonais ao meio.


Debuxo Regras de construção dos cetins
Fig. Cetins irregulares de 4 e de 6

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